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Saco de farinha vira sacola retornável
Enquanto interesses pautam as discussões sobre o fim das sacolinhas de plástico, uma família está produzindo sacolas a partir de sacos de farinha, que antes eram jogados no lixo, mostrando como consciência ambiental e empreendedorismo podem andar juntos
A ideia de fabricar sacolas surgiu quando Oliveira, que presta serviços na loja central do Estância Supermercado em São Roque (interior de São Paulo), ficou incomodado ao ver o volume de sacolinhas plásticas que são utilizadas a cada compra. "Aqui em casa sempre procuramos utilizar as caixas de papelão quando vamos ao mercado, mas nem sempre elas estão disponíveis, foi quando me lembrei das sacolas de antigamente e decidi fazer umas para uso próprio", conta.
Oliveira ganhou da gerente do supermercado quatro sacos de nylon que embalam a farinha utilizada na padaria. Confeccionou as sacolas e em retribuição à gentileza presenteou a gerente com uma delas. A direção do supermercado tomou conhecimento do fato, gostou do produto final e propôs que ele fabricasse as sacolas em escala. “Percebemos que com essa iniciativa poderíamos reduzir o volume de lixo produzido pelo supermercado, porque são cerca de 600 sacos de nylon que deixam de ser descartados todos os meses, e ao mesmo tempo ajudaríamos nossos clientes a reduzir o lixo em suas casas”, justifica Fernando Ferreira de Almeida, sócio do supermercado.
De solução caseira a empreendimento sustentável
A partir daí a iniciativa do segurança deixou de ser uma solução caseira individual e transformou-se numa parceria com oportunidade de gerar renda e de preservar do meio ambiente. O supermercado continuou cedendo os sacos e passou a comprar as sacolas prontas. “É um investimento que estamos fazendo na qualidade de vida da cidade e nossos clientes têm consciência disso. Acreditamos que ao apoiar essa ideia simples vamos motivar as pessoas a fazerem o mesmo e assim vamos colaborar para reduzir o impacto ambiental das sacolinhas que é grande e precisa ser revertido com urgência", pondera o representante da rede Estância Supermercados.
Aumento da produção
O quartinho de costura onde as sacolas eram feitas, há cerca de três meses, ficou pequeno e a fabrica de sacolas foi transferida para um pequeno galpão no quintal também na casa dos Oliveira. “Começamos com 50 sacolas por semana, depois passamos a produzir 100, 150 e agora estamos fazendo 200 por semana", comemora o fabricante de sacolas.
A família investiu o rendimento das primeiras remessas na compra de uma máquina industrial e já aguardam a chegada do segundo equipamento. "Faz muita diferença para trabalhar. Imagine alguém que está acostumado a dirigir um fusca e pega uma Ferrari. Com essa nova máquina, vamos produzir 400 sacolas por semana", prevê. Para atender a demanda, Oliveira já estuda terceirizar parte da demanda e com isso gerar oportunidade de renda para mais três pessoas.
Engajamento
Mesmo com as perspectivas positivas e com o reforço no orçamento que já permitiu Silvio matricular o filho mais velho em uma escola particular, o segurança não perde de vista de vista que o ganho maior com a produção de sacolas não é financeiro e sim de qualidade de vida. “É bom saber que estamos ajudando a reduzir o lixo que as sacolinhas produzem. Acredito que se o projeto de reciclagem aqui da cidade fosse ampliado, a cidade seria ainda mais beneficiada. Se não preservarmos o que será dos nossos filhos e dos filhos deles”, conclui.
Distribuição das sacolas
As sacolas confeccionadas a partir da parceria serão distribuídas em breve nas três lojas Estância Supermercados. Para organizar a ação e evitar a quantidade excessiva do “brinde ecológico” por cliente, a direção do supermercado pretende estipular um valor mínimo em compras para ter direito à sacola.
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